PANDEMIA
RS vive os primeiros sinais da passagem de uma epidemia para uma endemia
   
Estado deve manter bons indicadores e registrar apenas casos concentrados de novos surtos.

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25/10/2021 17h24

Mais de 20 meses depois do início de uma crise sanitária global provocada pelo coronavírus, o Rio Grande do Sul antevê os primeiros sinais de um processo de passagem de uma epidemia para uma endemia. Com quase 60% da população completamente vacinada, um dos melhores desempenhos do país, explosões de grandes surtos e colapso na rede hospitalar devem ficar mais distantes. As declarações são do virologista Fernando Spilki, coordenador da Rede Corona-Ômica, iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que investiga quais cepas circulam no país.

"Estamos entrando numa fase que começamos a ver os primeiros sinais de um processo de endemização. A gente não está livre da geração de novos surtos, mas vemos que o número de indivíduos internados em UTIs atinge muito mais pessoas sem esquema vacinal completo ou idosos acima de 80 anos, que ainda não tiveram a oportunidade de fazer a dose de reforço", explicou Spilki. De acordo com o especialista, caso o cenário de endemia se confirme, novos surtos devem ocorrer em pequenas proporções e ficar concentrados em asilos, hospitais e locais com aglomerações. 

A endemia é caracterizada pela ocorrência recorrente de uma doença em determinada região, mas sem um aumento significativo no número de casos. Ou seja, a população convive com ela. Um exemplo de caráter endêmico no Brasil é a dengue, que ocorre durante o verão em certas regiões. 

"O único jeito de debelar uma endemia é o avanço muito forte na vacinação, alcançando o máximo de pessoas com as duas doses do imunizante", apontou. Outro entrave enfrentando no Brasil, assim como em diversos países, é a falta de autorização de vacinas contra Covid para crianças menores de 12 anos. Enquanto esse grupo não é incluído no Programa Nacional de Imunizações (PNI), o virologista defende a manutenção de protocolos sanitários como uso de máscaras, limite de ocupação em espaços fechados e passaporte vacinal para participação de eventos. 


   

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