PANDEMIA
Relatos: “Me tornei mãe na pandemia”
   
Relatos de duas mães que tiveram que lidar com a distância da família em um momento especial.

Por Betina Geller
07/05/2021 16h21

        No próximo domingo, dia 9 de maio, comemoramos mais um Dias das Mães, e pelo segundo ano consecutivo muitas mães estarão longe de seus filhos devido a pandemia. Muitos estarão longe de suas mães, pois moram em cidades muito distantes, alguns porque possuem empregos que os expõe a altos riscos de contágio, alguns filhos infelizmente não poderão abraçar suas mães, pois estão em hospitais e foram acometidas por está doença maligna que já estraçalhou tantas famílias mundo a fora. E também fará com que muitos filhos e mães não possam comemorar o Dia das Mães porque um deles não está mais presente fisicamente ao lado de suas famílias. E neste dia, restam apenas as memórias dos bons momentos que passaram juntos. Porém neste domingo milhares de mães também estarão comemorando este dia com pequenos seres que chegaram  em um momento tão difícil trazendo consigo a esperança de dias melhores. Nesta edição, entrevistamos mães que passaram por esta experiência durante a pandemia e elas nos relataram como foi a experiência de gerar uma vida em um momentos onde tantas vem sendo perdidas.
         Juliana Fátima Dutra, de 32 anos, foi uma de nossas entrevistadas e contou sobre a gravidez do terceiro filho, durante a pandemia. Juliana é agricultora e reside na localidade de Linha Barra de Ferro e deu a luz ao pequeno Pietro Ravi no último dia 1º de maio. “Foi completamente diferente ter um filho durante a pandemia, tenho mais dois filhos, uma menina de 16 anos e um menino de 9 anos e é difícil estar sem minha mãe por perto”, conta Juliana que é natural de Sinimbu mas aos 9 anos se mudou para São Leopoldo, cidade de sua mãe e ficou por mais de 20 anos, voltando para Sinimbu há dois anos. Ela conta ainda que a parte mais complicada da gestação e até mesmo agora que o pequeno Pietro veio ao mundo é não poder estar perto de toda sua família que está longe, diferente do que aconteceu com seus outros filhos.
         O que tem confortado o coração de Juliana é poder conversar com a família através das redes sociais, por onde sua família pode acompanhar sua gestação e também registros da chegada do pequeno. “É difícil ficar longe da minha família, mas todo esse cuidado é recompensado em saber que estamos preservando a saúde dos meus filhos e de toda a família”, destaca ela. A mãe ainda conta orgulhosa que estava apreensiva enquanto a reação de seus dois filhos mais velhos quanto à chegada do novo irmãozinho, imaginando que eles pudessem sentir um pouco de ciúme com todas as atenções sendo voltadas ao Pietro, mas foi surpreendida com o todo o amor e carinho deles com o caçula.
        Tainara de Oliveira que também é agricultora descobriu durante a pandemia que estava à espera de deu primogênito Yuri Mathias que veio ao mundo no último dia 30 de abril. A jovem mãe de 18 anos que mora em Pinhal Santo Antônio, conta que apesar de sua família estar próxima sente falta da convivência mais intensa com a mesma. Neste momento Tainara está evitando visitas e o cuidado foi redobrado com a chegada do primeiro filho. “Estamos tomando todos os cuidados, evitando visitas e pedindo a compreensão daqueles que querem nos visitar pois o momento pede atenção redobrada, apenas os familiares mais próximos já conhecem o Yuri”, conta. 
       O que ambas as mães nos relataram que esperam que a situação se normalize o quanto antes, embora especialistas digam que isso ainda possa demorar um bom tempo, elas tem esperança de que esse tempo passe rápido para que possam compartilhar mais deste momento tão feliz e importante de suas vidas com as pessoas que mais amam. “Espero que as pessoas que não acreditam na gravidade desta doença tenham mais empatia e respeito com o próximo e aqueles que se preocupam com os seus”, revela Tainara. Juliana compartilha da mesma opinião e espera que isso tudo passe para que seu filho possa ter uma infância normal e crescer com muita saúde assim como seus outros dois filhos.
        Juliana e Tainara são apenas duas de milhares de mães compartilharam sua barriga e as mudanças com os familiares por meio de fotos e videochamadas, tão utilizadas nesses tempos.  Porém todo esse isolamento fez com que as mães se sentissem ainda mais conectadas com seus filhos e se deparassem com um amor indescritível que só aumenta com o passar do tempo.
 


   

  

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