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Abandono de animais cresce durante a pandemia em Sinimbu
   
Casos de abandono e maus-tratos principalmente com cães e gatos estão aumentando no município de Sinimbu.

Por Catiéle Vogt
24/09/2021 15h14

Ter em casa a companhia de um animal doméstico pode representar para muitos, uma forma de espantar a solidão que afeta boa parte da população em meio à pandemia e ao isolamento social dela decorrente. Essa tendência tem sido percebida nos últimos meses, segundo especialistas.

A adoção de um pet, no entanto, requer alguns cuidados. Principalmente para evitar uma outra tendência também percebida desde a chegada da Covid-19: o aumento do número de animais abandonados, algo que poderia ser evitado caso a pessoa tivesse consciência das responsabilidades que existem por trás da adoção de um animal doméstico. Dados mostram, que o abandono de animais cresceu 70% durante a pandemia.

No município de Sinimbu, não é muito diferente. Casos de abandono de animais domésticos como cães e gatos estão aumentando na cidade. A professora Nêmora Backes é membro titular representando a Cacis do Conselho Municipal de Proteção aos Animais (CMPA), explica que é de responsabilidade dos tutores dos pets cuidarem dos seus animais de estimação, desde a vacinação adequada e a castração, para que não haja uma proliferação de animais indesejada e posterior abandono.

Para quem não sabe, em nosso município temos uma lei municipal  que vem ao encontro da lei estadual e federal de maus-tratos aos animais, Lei Nº 1.779, de 13/05/2019, que institui a Política de Bem-Estar Animal e dispõe sobre o estímulo à posse responsável e a proibição à prática de maus-tratos a cães, gatos e equídeos (cavalo, pônei, asno ou burro) no Município de Sinimbu, e dá outras providências. Isso significa que é um animal que está em situação de maus-tratos é cabível a denúncia, para isso é necessário fazer um boletim de ocorrência e esse boletim é repassado para os órgãos municipais competentes para que assim possa estar sendo averiguado junto a polícia para aplicação da lei. Caso de maus-tratos aos animais é outro ponto preocupante e que vem acontecendo em Sinimbu. Cães que estão acorrentados, sem possibilidade de movimentação, não podem se esconder da chuva ou do sol intenso, ou estão sem água e sem comida são situações mais frequentes e que já podem levar a uma denúncia. Os animais precisam de espaço para se movimentarem, abrigo para chuva ou sol, o ideal são pátios fechados com espaço, mas nem sempre é possível e por isso é permitido correntes do tipo “vai e vem” que possibilitam a locomoção do animal.

A professora pede que as pessoas se sensibilizem com os animais e tenha os principais cuidados com os pets.”Eles precisam ter uma alimentação adequada para o seu tamanho e faixa etária, ter água, e agora com o verão se aproximando também mais atenção com o calor intenso, podendo ter um abrigo para permanecerem tanto em dias de muito calor como chuva”.

Criado em 23 de agosto de 2019, na Lei Nº 1.790, o CMPA  - Conselho Municipal de Proteção aos Animais, tem o objetivo de sensibilizar as pessoas para a causa animal, orientar os melhores cuidados e buscar promover ações para que diminua casos de abandono e maus-tratos e também analisar alguns casos que chegam ao poder público.

O conselho é formado por voluntários, representantes de entidades do município e do poder público. O grupo não é uma instituição com fins lucrativos, nem uma ONG, e sim um Conselho Municipal que busca tomar providências para algumas questões em relação ao animais.

No momento o CMPA está buscando parcerias para lares temporários. Pessoas que se disponibilizarem a ser lar temporário de animais resgatados, devem ser responsáveis de cuidar daquele pet, e o CMPA estará dando suporte com a questão da alimentação, vacinação e castração se necessário. “Estamos com uma lista de cadastro para quem tem interesse em ser lar temporário, podendo estar encaminhando seus dados para o WhatsApp da Prefeitura de Sinimbu ou pessoalmente”, destaca a professora. O CMPA já realizou diversas averiguações de casos de maus tratos, recolheu animais em situação de vulnerabilidade e possui vários cães que já estão disponíveis para a adoção responsável. Quem tiver interesse em adotar um pet pode entrar em contato com o CMPA via Facebook ou na Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente do município, e a partir deste interesse estará sendo realizada uma entrevista prévia para a adoção responsável do animal.

O CMPA possui permanentemente uma campanha de arrecadação de doação de ração, tanto para cães como para gatos. Todas as doações podem ser entregues para algum membro do conselho ou direto na Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente na prefeitura municipal. Há também a campanha das latinhas do “Troco Solidário”, que estão espalhadas em alguns comércios do município, caso as pessoas quiserem deixar algum troco ou algum valor em espécie. O valor é destinado para cobrir custos de medicação, vacinação e de castração. “Todas as doações são sempre bem-vindas desde caminhas, roupas, cobertores velhos, ração e valores em espécie, mas o nosso pedido é para que principalmente as pessoas se sensibilizem e que não abandonem os animais, pois é responsabilidade de cada um a partir do momento que escolhe ter um pet”, finaliza Nêmora.

O QUE FAZER QUANDO ENCOTRAR UM ANIMAL ABANDONADO?

Se você encontrar um animal doméstico abandonado, busque realizar o seu resgate imediato. Procure um abrigo para o animal, podendo ser algo provisório, como uma caixa ou um espacinho na sua casa. Dê algum alimento e água, se possível fotografe e busque a divulgação dele, pois muitas vezes este pet têm dono, apenas está perdido. Se o dono não aparecer, você pode procurar auxílio com os membros do CMPA para buscar junto um novo lar na medida do possível.


   

  

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