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Prestes a completar 140 anos, escola do interior de Santa Cruz mantém a preservação da cultura alemã
   

Por Djuliane Fredrich
26/03/2024 17h15

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Guilherme Simonis, localizada em Boa Vista, interior de Santa Cruz do Sul, comemora em 2024 seus 140 anos de existência. O local de ensino tem como foco não apenas a preservação da sua história, mas também a celebração da cultura alemã que atravessa suas origens.

A história da Escola Guilherme Simonis iniciou em 1884, quando os primeiros imigrantes sentiram a necessidade de oferecer educação aos seus filhos. Guilherme Simonis, referência na comunidade, deu início às primeiras aulas em alemão, e um ano depois, a escola foi oficialmente fundada. Hoje, 140 anos depois, esse legado será celebrado com um jantar baile, marcado para o dia 11 de maio, onde ex-professores, ex-alunos e membros da comunidade se reunirão. Será um momento de reencontros, onde a linha do tempo da escola, entrelaçada com a história da família Simonis e da imigração alemã, será apresentada.

Segundo a diretora do educandário, Marilei Fischer, há três anos a escola enfrentava um momento delicado, com ameaças de fechamento. No entanto, o município assumiu a responsabilidade pela instituição, que naquela época era estadual, municipalizando-a e garantindo sua continuidade.

Marilei destacou também o trabalho que a instituição de ensino faz para resgatar a autoestima dos estudantes. “A gente está fazendo um trabalho bem forte no sentido de trazer professores comprometidos, que acreditam no potencial da nossa escola e dos nossos estudantes. O meio rural não é muito valorizado. As pessoas não sabem da importância dele para a população em geral. E isso acaba deixando os nossos alunos desmotivados também. Por isso, a gente tenta fazer um trabalho para resgatar essa valorização deles, para se sentirem protagonistas da própria história e da história da escola também”, disse.

Além disso, a diretora falou sobre o valor essencial da educação no desenvolvimento de uma localidade, valorizando a identidade local. “As localidades que as escolas foram fechadas, a gente percebe que não crescem e não se desenvolvem. Já as localidades que mais se desenvolvem têm a escola, porque a escola e educação são referências. A escola precisa fazer esse trabalho de recuperar a autoestima das pessoas e de valorizar a localidade”, pontuou.

De acordo com a professora de língua alemã, Luciane Vogt, para celebrar o Bicentenário da Imigração Alemã no Brasil, o educandário está realizando projetos que visam valorizar ainda mais a cultura alemã presente na comunidade, investindo no idioma, na arquitetura, na culinária e na música. Através de parcerias com a comunidade, a escola planeja transformar um dos prédios antigos em um museu, preservando assim o patrimônio histórico da região.

 

Fonte: Jornal Arauto


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