EDUCAÇÃO
Professoras da EEEM. Frederico Kops participam de fórum em São Paulo
   
Encontro aconteceu nos dias 19 e 20de outubro em São Paulo.

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28/10/2022 10h11

    O Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) realizou o encontro Diálogos para uma Educação Antirracista, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, nos dias 19 e 20 de outubro. A programação faz parte das celebrações de 32 anos da organização na luta antirracista. 
  O encontro promoveu um espaço privilegiado de trocas entre educadores, pesquisadores, professores, estudantes, organizações parceiras e lideranças negras, para avançar no debate sobre a construção da equidade racial na educação básica. O objetivo principal foi o intercâmbio de experiências por meio da socialização e discussão de resultados de pesquisas aplicadas e de projetos de ação pedagógica com enfoque antirracista e intercultural, propostos no âmbito das ações do CEERT e desenvolvidos nas escolas e/ou redes públicas de ensino.
   A EEEM Frederico Kops se consagrou finalista em dois projetos. Um na categoria gestão denominado “FK: prevenção, resistência e identidade: promovendo uma educação antirracista em nossa escola” e outro na categoria professor, intitulado “Procuro-me”. Os dois projetos foram finalistas dentre 700 projetos inscritos no país todo, feito considerado como uma grande conquista pela direção.
No evento, participaram a vice-diretora e supervisora Viviane Henn e a professora de História Sandra Regina de Lima, representando a escola, a 6ª Coordenadoria Regional de Educação, a Seduc (Secretaria Estadual de Educação) e o município de Sinimbu.
   Segundo a diretora da entidade, Anelise Cristina Nonnenmacher, para que os projetos aconteçam é necessário o envolvimento e a participação de toda a escola. “Os resultados que acompanhamos diariamente nos alegram e alimentam a certeza de desenvolvê-los. Sabemos no entanto, que precisamos evoluir para a equidade que almejamos e cada vez mais levar em consideração as características particulares de cada indivíduo ou grupo. Um dos nossos objetivos, enquanto escola, é garantir que todas as pessoas tenham condições e oportunidades justas para se desenvolverem, independentemente de sua etnia”. A Diretora destaca ainda a importância das leis brasileiras no que tange ao ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena dentro das escolas. Leis como a 10.639, a 11645 e a lei 12.711, que tratam das cotas raciais e da importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira, frisa.
   Segundo a aluna Luana da Cruz, estudante do 1º ano B, o projeto é significativo porque promove a conscientização, a representatividade, a autoaceitação e o amplo conhecimento sobre o tema, já que o racismo é um sério problema na sociedade e em nossa escola apenas 15 alunos se autodeclaram pretos. “A abolição desse racismo deve começar na escola. Graças a este tema trabalhado na EEEM Frederico Kops, os alunos pretos estão tendo mais coragem de se autodeclarar e assumir o seu lugar”, destaca Luana.
   Para a professora Sandra, o encontro foi uma aprendizagem muito importante, pois percebeu-se que ainda há muito a aprender e aperfeiçoar sobre o tema na nossa região. “Apesar de ser uma região de origem germânica, nossa sociedade também é formada por pretos e pardos. O projeto “Procuro-me” está engajado em resgatar a autoestima e a cultura desta etnia, que ao longo da história foi ignorada por todo um histórico de racismo e preconceito.”
   “A iniciativa desenvolvida na nossa escola este ano é de extrema importância já que o racismo, que podemos perceber em nosso município, revela características bem específicas do racismo estrutural presente no Brasil. Nossos alunos pretos vêm sofrendo de um “racismo velado”, onde apresentam dificuldade de acreditar em seu potencial, escondem-se dentro de seus casulos e demonstram insegurança em assumir o seu ´lugar de fala`. Os projetos iniciaram este ano, mas pretendemos mantê-los pelos próximos anos e assim transformar nossa escola numa escola referência na educação antirracista da região”, destaca a vice-diretora e supervisora, Viviane Henn.
As professoras ainda destacam o empenho da direção da Escola, na pessoa da diretora Anelise Cristina Nonnenmacher, da 6ª CRE e da Seduc, na pessoa do coordenador Luis Ricardo Pinho de Moura, para que a participação das mesmas no evento fosse possível. Assinalam, ainda, o engajamento de colegas e alunos no desenvolvido da educação antirracista na escola.


   

  

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