SAÚDE
Hospitais no Rio Grande do Sul enfrentam falta de medicamentos
   
Vários tipos de remédios estão em falta

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06/05/2022 10h54


Ampolas de dipirona e o antibiótico amicacina são alguns dos medicamentos que vêm apresentando defasagem nos hospitais de Porto Alegre além de soro fisiológico, conforme levantamento do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa). O Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul (CRF/RS) também vem recebendo informações e relatos de farmacêuticos que atuam em hospitais e farmácias públicas do Estado sobre falta ou dificuldade na aquisição de alguns medicamentos. Além da dipirona, o ibuprofeno em gotas, vasodilatadores, prometazina injetável e furosemida também são apontados como alguns dos exemplos.

Para os representantes dos hospitais, devido à pandemia e a guerra na Ucrânia, há falta de insumos, embalagens e até mesmo de contêineres para o transporte dos medicamentos. “Isso tem, sim, interferido de alguma maneira no abastecimento para o país. As instituições fazem o controle diário dos estoques e têm buscado alternativas para ter acesso às medicações e garantir o atendimento aos pacientes”, firma o coordenador do Comitê de Relacionamento com Fornecedores do Sindihospa, Rafael Martins Lopes. A presidente do CRF/RS, Letícia Raupp, acrescenta que, além desses fatores, a falta de uma política que mantenha laboratórios públicos em funcionamento e produzindo os medicamentos estratégicos para o país contribui para a falta de remédios básicos.

Lopes não entende que grandes hospitais tenham sido fortemente impactados pelo reajuste anual dos medicamentos, no começo de abril, embora acredite que fornecedores possam ter armazenado produtos para venda após o reajuste, colaborando para desabastecimento de remédio em algumas áreas. O mercado de medicamentos é regulado, cabendo a Anvisa definir o preço máximo aplicado aos produtos vendidos. Lopes explica que, em cenários tranquilos, com muita oferta, o desconto aplicado sobre esses produtos pela indústria farmacêutica aumenta. “Como estamos passando por situações temporárias de desabastecimento, com pouca oferta de produtos, alguns fornecedores têm diminuído os descontos, afetando o preço final pago pelos compradores”, analisa o representante do sindicato dos hospitais.


   

  

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