SAÚDE
Saúde da Mulher: campanha de prevenção do câncer de colo de útero
   
Saiba mais sobre o câncer de colo de útero.

Por Betina Geller
05/03/2021 16h03

Há pouco iniciamos o mês de março e com ele várias campanhas relacionadas a nossa saúde e saúde da mulher são desenvolvidas. Mas uma delas ainda é pouco conhecida: o março lilás, que nasceu com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção ao câncer de colo uterino. No decorrer desta matéria vamos abordar mais aprofundadamente este tema, com o auxílio da ginecologista Denise Müller.
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do papilomavírus humano – HPV. A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa  a doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações podem ser descobertas facilmente através da prevenção. Em vista disso, no mês de novembro do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma campanha mundial para erradicação do câncer de colo de útero e que tem o apoio da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Segundo Denise, que é ginecologista há 25 anos, pesquisas apontam  que este câncer é a quarta causa de morte das mulheres por câncer no Brasil. “A campanha para erradicação deste câncer se baseia em algumas estratégias que, se conseguíssemos atingir as metas que elas propõe, em alguns anos conseguiríamos erradicar esta doença no país. Para isso, precisamos de uma maior colaboração da população”, relata Denise.
A adoção da “Estratégia Global para Acelerar a Eliminação do Câncer de Colo do Útero, como um Problema de Saúde Pública”, da OMS, é baseado em três pilares. 

PILARES PARA PREVENÇÃO


Primeiro pilar (prevenção): Garantir que 90% das meninas recebam a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) até os 15 anos de idade;
A vacina para prevenção do HPV está disponível em redes privadas de vacinação e nos postos da rede pública de saúde (SUS)  para meninas de nove a 14 anos de idade e para meninos de 11 a 14 anos. As vacinas para HPV são altamente efetivas e promovem uma diminuição significativa das infecções e, consequentemente, também das lesões precursoras do câncer do colo do útero.  Infelizmente, a procura ainda é muito baixa. A médica conta que dados apontam que no Brasil os índices de vacinação com a segunda dose em meninas, não alcança os 50% e, em meninos, a taxa é ainda menor. “O principal motivo para esses índices de vacinação serem tão baixos são a desinformação, a falta de conscientização da população sobre a gravidade dessa doença e por grupos que espalham notícias falsas pela internet (fake news). Podemos com certeza afirmar que vacina é sim segura e protege nossas crianças de futuramente terem o câncer, tanto que mais de 270 milhões de doses já foram aplicadas em todo o mundo e há países que praticamente já conseguiram erradicar a doença. É o caso da Austrália, que tem os índices ideias de vacinação e quase não possui mais casos da doença”, destaca ela.
Segundo pilar: Garantir que 70% das mulheres realizem um exame de rastreamento.
Atualmente no Brasil o rastreamento da doença é feito pela coleta do exame preventivo (conhecido também como Papanicolau). É um exame eficaz na detecção da doença e permite identificar lesões com um potencial de evolução para doença maligna. Dessa forma, é possível encaminhar as pacientes para que sejam diagnosticadas e tratadas em estágios em que a cura ainda é possível. As mulheres devem buscar seus ginecologistas ou os postos de saúde da atenção básica (SUS) para realização dos exames preventivos.
Terceiro pilar:  90% das mulheres identificadas com lesões precursoras ou câncer invasivo recebam tratamento. De fundamental importância para que as mulheres tenham acesso ao tratamento. Quanto mais cedo,  maiores são as chances de cura.
O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento depende do estágio de da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.
“Estamos diante de estratégias que não são de difíceis de executar e que também estão disponíveis no SUS. A possibilidade de erradicarmos essa doença para a próxima geração, com vacina, é grandiosa. Ao propagar essas informações, estamos tentando conscientizar as pessoas da importância do seu papel no cuidado com a saúde da sua família e do coletivo também. Porque não, ao termos acesso a estas informações, não nos envolvermos com essa causa? Converse com seus familiares, amigos, funcionários, sobre a importância de vacinar suas crianças e de realizar os exames de prevenção nas mulheres adultas.  Que todos possamos nos envolver e também sermos protagonistas dessa história”, finaliza Denise.
Erradicar o câncer de colo uterino é possível! Una-se a esta causa.

DENISE busca divulgar a campanha na região.


   

  

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