EDUCAÇÃO
O primeiro Dia dos Professores em sala de aula de Laís Schulz
   
Laís conta como foi a sua trajetória de escolha da profissão e suas primeiras experiências em sala de aula.

Por Betina Geller
15/10/2021 17h08

Hoje, dia 15 de outubro, comemoramos o Dia dos Professores no Brasil, e neste ano os alunos poderão comemorar novamente esta data homenageando os professores presencialmente. Eles que se reinventaram, redescobriram e buscam sempre fazer o melhor para que todos os alunos possam aprender da melhor forma.

Professores são profissionais conscientes da sua importância e fazem a diferença por onde passam, por isso hoje utilizamos este espaço para homenagear todos  aqueles que já foram, que são e que se descobrem professores a cada novo dia. Traduzimos esta homenagem através da professora Laís, que neste ano comemora oficialmente seu primeiro dia dos professores e conta como foi a sua trajetória de escolha da profissão e suas primeiras experiências em sala de aula.

Laís Schulz, é sinimbuense, nasceu, cresceu e toda sua trajetória escolar até o final do ensino médio foi em Sinimbu, ela tem 23 anos e se formou esse ano no curso de Letras Português/Inglês pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Laís também é pós-graduanda em Especialização em Tecnologias Digitais e Personalização da Educação pela UNIVATES. E já está atuando como professora de Língua Portuguesa e Literatura EEEM Frederico Kops.

A professora conta que desde a infância sempre teve o sonho de lecionar. A tradicional pergunta que as crianças recebem sobre qual carreira desejam seguir, sempre teve uma resposta rápida e sem pensar muito. “Desde criança, ser professora sempre estava na ponta da língua quando alguém perguntava “o que tu quer ser quando crescer?“. O tempo passou, o Ensino Médio chegou e cursar uma licenciatura continuava entre as escolhidas. Sempre gostei muito de ler e escrever. E então, a afinidade tanto com a escrita como a leitura me fizeram decidir pelo curso de Letras”, relembra Laís.

“Um misto de ansiedade, alegria”, desta forma a professora relata suas primeiras experiências em sala de aula. Sobre a primeira experiência, ela nos relata que foi ainda durante os estágios do curso de letras, em que deu aula de Língua Portuguesa para uma turma de alunos do 6º ano do ensino fundamental e em outra oportunidade teve o primeiro contato com uma turma do 1º ano do Ensino médio na disciplina de Língua Inglesa. Mesmo estando acompanhada de professor titular ela conta que ficou bastante nervosa. “Os dois momentos foram principalmente de nervosismo, já que este momento é o teu primeiro contato com a escola e alunos, mesmo sendo acompanhado do professor titular”.  E agora já formada e assumindo como professora titular das disciplinas a experiência foi bem diferente, como o período era de retorno gradual os alunos estavam divididos em duas turmas e consequentemente foram duas semanas conhecendo alunos. “Foi muito diferente, era um misto de ansiedade, alegria e novidade. Como os alunos estavam divididos em dois grupos foram duas semanas conhecendo as turmas e tendo novamente a 1° experiência em cada turma, nesta nova fase a primeira turma em que entrei foi um 3° ano do Ensino Médio”, descreve.

Mesmo estando em sala de aula há pouco tempo e tendo muitos alunos para ensinar e muitas histórias para conhecer, pedimos a Laís que nos relatasse alguma história ou situação que tenha marcado muito, em resposta ela relatou a relação próxima com alguns alunos e a forma como é recebida por eles. ”Achei mágico como é possível ter uma conexão maravilhosa com alguns alunos. Da mesma forma, perceber que tu é bem-vinda e bem recebida em uma turma é muito bom”.

SINIMBU

Sobre a oportunidade de lecionar em Sinimbu, Laís conta que se inscreveu em um processo seletivo do Estado do Rio Grande do Sul, antes mesmo da sua formatura. As inscrições deste processo para contratação de professores temporários são realizadas geralmente no período entre o final e o início de cada ano.  Porém com o aumento da carga horária das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática na metade deste ano e como os alunos estavam voltando a escola de forma escalonada era necessário o contrato de novos professores para suprirem a carga horária, foi nesta oportunidade que Laís se inscreveu e conseguiu uma vaga aqui mesmo em Sinimbu. “No processo de inscrição era necessário marcar a cidade em que desejava lecionar, caso fosse aceito. Me inscrevi duas vezes: uma para Sinimbu, que seria a EEEM Frederico Kops e outra para Santa Cruz do Sul, sem escola determinada. Então, em agosto a 6° Coordenadoria Regional de Educação (CRE) entrou em contato se aceitava as 24 horas de Língua Portuguesa na Frederico Kops, eu aceitei e agora estou atuando aqui”, detalha a professora.

EDUCAÇÃO NO BRASIL

A educação brasileira costuma ser um tema delicado a ser debatido, somos um dos países que menos investe em educação, temos grandes problemas com a evasão escolar, professores recebem pouco e cada vez mais o governo tem feito cortes em projetos de pesquisas.

Mesmo com uma situação tão complicada no Brasil, Laís relata que o desejo de formar cidadãos que se pronunciem, que se coloquem a frente de diferentes situações, apresentem suas posições e lutem pelo que acham correto é o que motiva a seguir a carreira de professora. Ela exemplifica isto com a frase. “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”, de Nelson Mandela. “Vivemos em uma sociedade, na qual, a educação não é valorizada, já que, ela faz as pessoas pensarem, questionarem e argumentarem. Trabalhamos justamente para isso. Quero alunos que tenham voz, em qualquer que seja a área ou caminho que seguir”, reforça.

Mesmo que tenhamos muitas dificuldades a enfrentar em tempos normais, com a pandemia que enfrentamos aprendemos que unidos conseguimos chegar mais longe mesmo que não estejamos juntos fisicamente, apenas através de pensamentos temos muita força e podemos chegar muito mais longe.  “Durante a pandemia, todos percebemos a missão que o professor possui. Todos tivemos que nos adaptar, seja professores, pais e alunos e com isso, compreendemos que se trabalharmos juntos podemos ir muito longe. A minha mensagem é para todos continuarem acreditando no potencial que a educação tem. Ainda, se possível, caminharmos junto no processo de ensino. Precisamos unir forças (pais, professores e alunos) para que a educação tenha seu reconhecimento”, finaliza Schulz.

 


   

  

menu
menu