A colheita da safra de tabaco 2020/2021 está quase chegando ao final. Segundo estimativas da Associação dos fumicultores do Brasil (Afubra), em Sinimbu 70% do tabaco já foi colhido considerando a parte alta e baixa do município. Em Gramado Xavier e Herveiras o percentual estimado é de 60% do total já colhido. Nesse momento os produtores seguem aguardando a definição do preço final do tabaco. 

NEGOCIAÇÃO DO VALOR
As negociações iniciaram na terça-feira, dia 26, e seguiram ao longo da quarta-feira, dia 27. Os encontros para negociar o valor do tabaco foram realizados individualmente com cada empresa, de maneira presencial cumprindo com todos os protocolos sanitários, na sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul/RS. BAT (Souza Cruz), Philip Morris, JTI, Universal Leaf, Alliance One, China Brasil, CTA e Premium Tabacos foram as fumageiras que participaram das negociações. 
Em nota divulgada ao final da quarta-feira, dia 27, a Afubra divulgou que não chegaram a um consenso em relação aos valores. A proposta de reajuste das empresas mais uma vez ficou abaixo do esperado, pois nem sequer a variação do custo de produção foi reposta. Em números, as sugestões de reajuste dos produtores variaram de 6,22% a 12,90% e das indústrias variaram apenas entre 4,10% e 4,95%. A representação dos produtores espera que as empresas reavaliem seus posicionamentos, para que se possa realizar uma nova rodada de negociação de preços. Por enquanto, ainda não há datas previstas para uma nova rodada de negociações entre as indústrias e representantes dos produtores de tabaco.
Na safra passada (2019/2020) grande parte das empresas realizou a compra de fumo até o mês de julho, mas devido a pandemia que atrasou a comercialização em todas as regiões produtoras de tabaco, algumas empresas estenderam a compra até agosto. Nesta safra a compra deve se estender apenas até o mês de julho, como normalmente acontece. Mas podem acontecer exceções em algumas empresas, que podem estender a compra em alguns dias. 

ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO
A primeira estimativa de produção de tabaco no Brasil para esta safra é de 606.952 toneladas, nos três Estados do Sul do Brasil, o que significa uma redução de 4% comparado à safra passada, que fechou em 633.021 toneladas. No Rio Grande do Sul, a estimativa de produção para a safra 2020/2021 é de 263.971 toneladas de tabaco (235.398 toneladas na variedade Virgínia; 28.045 no Burley; e 528 toneladas no Comum) que serão produzidas por 70.997 famílias.
Na localidade de Rio Pequeno na propriedade do casal Eloir e Juliane Bechert, a colheita da safra 2020/2021 deve terminar ainda esta semana. “Ao todo plantamos 45 mil pés nesta safra e queremos terminar a colheita esta semana”, conta Juliane. O casal ainda revela que a produtividade está dentro do que esperavam, mas a qualidade não é a que eles gostariam que fosse. “A seca no final do ano passado, as pulgas que atingiram a produção agora na reta final da colheita, a grande quantidade de chuva e o granizo do último final de semana prejudicaram muito a qualidade do fumo”, observam Eloir e Juliane.
O casal que planta fumo há 17 anos, conta que o fumo está todo armazenado e ainda não começaram a surtir, mas pretendem terminar logo para que possam vender. “Queremos vender o fumo o quanto antes, achamos melhor assim. E esperamos também que a venda seja boa e que no mínimo cubra os altos custos de produção que tivemos”, finaliza Juliane.
Ainda na nota divulgada pela Afubra, relataram que com referência à próxima safra, a representação dos produtores deixou claro para as empresas que não haverá negociação de preços se não houver levantamento de custo de produção em conjunto.
Confira na tabela ao lado, a comparação da variação de custo da safra 2020/2021, que foi constituída pela média entre o custo de produção apurado pela representação dos produtores e o apurado por cada empresa, mais o percentual de diferença entre as tabelas praticadas por cada empresa,  divulgada pela Afubra.